November 23, 2009

fechado para obras







ou da rapsódia introspectiva.

November 22, 2009


"era bom que nos respondessem a todas a perguntas que fazemos,
não era?"

November 3, 2009

poesia musicada [cardinal]011

Wonderwall, Oasis
rel. date: 1995

/*/------


Today is gonna be the day
That they're gonna throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you gotta do
I don't believe that anybody
Feels the way I do
About you now

Backbeat the word is on the street
That the fire in your heart is out
I'm sure you've heard it all before
But you never really had a doubt
I don't believe that anybody
Feels the way I do
about you now

And all the roads we have to walk are winding
And all the lights that lead us there are blinding
There are many things that I would
Like to say to you
But I don't know how

Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

Today was gonna be the day
But they'll never throw it back to you
By now you should've somehow
Realized what you're not to do
I don't believe that anybody
Feels the way I do
About you now

And all the roads that lead you there were winding
And all the lights that light the way are blinding
There are many things that I would like to say to you
But I don't know how

I said maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

I said maybe (I said maybe)
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall

I said maybe (I said maybe)
You're gonna be the one that saves me (that saves me)


------/*/

sem maybe's. com profunda
certeza e convicção
de que ja o fizeste.


October 28, 2009

October 19, 2009

what am i, but stillness
across night

looking for your tender

self

September 30, 2009

queria deitar-me sobre o teu colo

ser menino outra vez

e

sentir o teu amor

ao perto

September 16, 2009

September 11, 2009

je t'aimerai toujours


cri pour bien-être, et je serai là





September 8, 2009

July 14, 2009

poesia musicada [cardinal]010

sing another song, boys; leonard cohen
rel. date: 1971

/*/------

(Let's sing another song, boys, this one has grown old and bitter.)
Ah his fingernails, I see they're broken,
his ships they're all on fire.
The moneylender's lovely little daughter
ah, she's eaten, she's eaten with desire.
She spies him through the glasses
from the pawnshops of her wicked father.
She hails him with a microphone
that some poor singer, just like me, had to leave her.
She tempts him with a clarinet,
she waves a Nazi dagger.
She finds him lying in a heap;
she wants to be his woman.
He says, "Yes, I might go to sleep
but kindly leave, leave the future,
leave it open."

He stands where it is steep,
oh I guess he thinks that he's the very first one,
his hand upon his leather belt now
like it was the wheel of some big ocean liner.
And she will learn to touch herself so well
as all the sails burn down like paper.
And he has lit the chain
of his famous cigarillo.
Ah, they'll never, they'll never ever reach the moon,
at least not the one that we're after;
it's floating broken on the open sea, look out there, my friends,
and it carries no survivors.
But lets leave these lovers wondering
why they cannot have each other,
and let's sing another song, boys,
this one has grown old and bitter.

------/*/



dia 30, a ver se passo ali além a ver este senhor.

July 2, 2009

.[o teu rosto iluminado por luzes cândidas de entes estelares]

o teu rosto iluminado por luzes cândidas de entes estelares
grito rasgado de amor e suor
cabelo. denso. por entre dedos ágeis e
corajosos.

que não se ligue à tela que o espectáculo é outro.
ausente daí.
uma mole de amor. enorme.

línguas carregadas, serpenteiam em dança barroca
ninguém sem par. escolha fácil.
tendemos um para o outro
como coisa infinita

não houve manhã escura que não me tivesse morto
com um gume alucinado de cianeto
revivo com cada gota de vida que me dás
e desperto para uma sempiterna manhã plena de luz.


[nota privativa: parabéns a nós]

June 23, 2009

poesia musicada [cardinal]009

air, playground love
rel. date: 2000

/*/------

Im a high school lover, and youre my favorite flavor
Love is all, all my soul
Youre my playground love

Yet my hands are shaking
I feel my body remains, themes no matter, Im on fire
On the playground, love.

Youre the piece of gold the flushes all my soul.
Extra time, on the ground.
Youre my playground love.

Anytime, anyway,
Youre my playground love.

------/*/

a minha menina, faz-me perder a cabeça. confesso.

June 21, 2009

.[padeço de uma patológica solidão]

padeço de uma patológica solidão

só preciso dessas palmas para acalmar a inquietude
não há ninguém
outra

no escuro a quente mordaça foi desfeita pela imperativa vontade de te dizer

amo-te

vejo uma perfeição não divina. tenho essa sorte. tenho-a. tenho-te.

na urgência de te agarrar não faltei a chamada.

precisas destas palmas para acalmar essa inquietude.
um abraço em novelo. nós.
dar-te-ei.

toujours.

aclamado em apoteose por esses palcos ausentes

June 11, 2009

poesia musicada [cardinal]008

air, how does it make you feel
rel. date: 2001

/*/------

I am feeling very warm right now
Please don't disappear
I am spacing out with you
You are the most beautiful entity that Ive ever dreamed of

At night I will protect you in your dreams
I will be your angel
You worry so much about not having enough time together
It makes no difference to me
I would be happy with just one minute in your arms
Lets have an extended play together
Youre telling me that we live to far to love each other
But your love can stretch further than you and I can see
So how does it make you feel?

How does it make you feel?
How does it make you feel?
How does it make you feel?
How does it make you feel?

Do you know when you look at me
It is a salvation
Ive been waiting for you so long
I can drive on that road forever
I wish you could exist to live on my planet
Well its very hard for me to say these things in your presence
So how does it make you feel?

------/*/

June 7, 2009

.manuel

é ja na terça. começam bem os santos este ano.
e tenho bilhete para mim e para a minha senhora.

June 6, 2009

.[há muitas coisas que não vou esquecer]

há muitas coisas que não vou esquecer
imutável no estremecimento do papel enlutado

a luz palpável, tacteante,
em cada contorno do teu rosto.

fada

tu

numa branca e incapacidade de escrever de indizíveis momentos
cadência própria
[concorrem eventos para te ter nos braços.

ocupações prosaicas

forever babe

não me sinto poético

há muitas coisas que não vou esquecer

as crianças de plâncton que navegam pela noite cálida onde sibilam e ciciamos
[amo-te

fada

tu

há muitas coisas que não vou esquecer

não me sinto poético
extasiado numa completude semi-fechada
há espaço para ti não há espaço para mim sem ti

ver a luz incidir nos teus olhos prismas mágicos onde me vejo e tenho como achada promessa

um abraço teu

fada

tu

June 4, 2009

poesia musicada [cardinal]007

the shivers, beauty
rel. date: 2004

/*/------

i live off love
i feed off love
i breathe off love
i think of love
i drink of love
i sink in love
and in the middle of the night i need my love
i need to grieve and need to need and be in love
my love is gonna come to me
tonight

i give my love and all my love to you, my love
i feast on love, a beast for love, release my love
you're scared and unprepared for love, don't care my love
cause youre the only woman i've been dreaming of
i swear to god i'm loving you for that
i swear to god i'm making you my wife

and if you ever leave me
i never will be sore
i'll love you 'til you're lonely
then i'll love you some more just before
ohh..

beauty beauty beauty, there's nobody near me,
there never was
beauty beauty beauty, there's nobody near me,
there never was.

------/*/

criado o vazio na tua não-presença.
nada houve antes. nem haverá. senão contigo.

May 30, 2009

.[digo-te amo-te com a força de mil vulcões]

digo-te amo-te com a força de mil vulcões a inquinarem o sol das àguas morenas
tenho uma revolução em curso memória de ausências na loucura dos
dias quebranto da loucura crocitante

nunca me doeu à noite como agora na distância
das horas e do conforto dos teus pequenos dedos
de fada

trouxeste a redenção e vida
repito ocasos e cenas de tardes quentes
matinés a dois

amo-te com uma certeza indizível

May 26, 2009

poesia musicada [cardinal]006

foge foge bandido, o canto dos homens-conto
rel. date: 2008
/*/------

farto do diz que disse
diz que viu
diz que aconteceu
diz que estava lá um amigo de um amigo
que é amigo teu
farto de ouvir
o mais bonito
o mais astuto
o mais sensível
mas o incrível
é que ao espelho eu só vejo o mais bruto
farto das mesmas queixas no mesmo caderno
farto da caneta que me leva ao inferno
farto de mim de ti de nós contra o resto do mundo
a selecção deles é mais forte
ficaremos sempre em segundo
ninguém te disse
ninguém te contou
ninguém te falou
não dá para ganhar
eles dizem foge foge
mas eu fico
foge foge
e eu fico
cada vez mais bandido

não sou luz da serra
nem sombra nem luz
nem sombra da noite
no alvor da madrugada
não sou coisa nem nada
talvez louco
o louco não tem número
o limite da soma é o vazio
não sou murmúrio de rio
nem cigarro viciado
nem ponta de cio
nem lua patética
crescendo e fugindo do tempo que passa
não sou quebra-luz
nem gavinha entrelaçada num abraço de frio
sete raios de sol queimaram o sonho
sete chuvas de esperma o fecundaram
já não sou resina
nem merda nem mijo
nem sangue nem seiva
morreram afrodites e leões de pêlo fulvo
quando se inventou a alma
e eu não sou mais do que rescaldo
já não sou poeta nem nada

------/*/

.[somos a inexistência do tempo]

somos a inexistência do tempo. da ausência de ter.
luta constante de dor anquilosada na porventura esplêndida. utilizamos o chapéu de triste e olhamos para o lado.

nós somos aqueles vezes dois sapiens.

temos a força de mil braços inertes. erra aquele que teme morrer.

piano afinado ressoa quando dói. erramos. mas não tivemos aulas.

tutor, olha para nós. ajuda-nos reviver a força cá de dentro. tocar melodias de silêncios cristalinos.

diz-me o porquê de tudo assim.

May 25, 2009

.[e na tua boca]

e na tua boca
a certeza do amor
sibilante

como pétalas de metal
sob um suor frio de tumbas
caiadas

na tua boca
um anho que te escuta e pede conforto
opereta triunfante
contente

um padrão de hexágonos tocados
de sémen seco perfeitamente centrado
delírio

de santo enfermo

boca de sol pintada
ávida de conforto e por um
beijo
encontrada pois a dicção correcta

um perene receio
encontra cura
quando na tua boca

nos vemos

e na tua boca
a certeza do infinito

May 23, 2009

poesia musicada [cardinal]005


algo teu, pluto, bom-dia
rel. date: 2004

/*/------

É só o nada a bater-nos à porta
E a mim importa-me que estejas a meu lado
Enquanto o medo vai dançando à nossa volta

É só uma imagem que sonhámos doce imagem
Nada que um dia após o outro reproduza
Mas meu amor estaremos sempre de passagem
Esquece o que eles dizem sobre um grande amor
Quem podia mais querer-te como eu
Nada que acredite conseguir mostrar pois é algo teu

------/*/

May 18, 2009

.[assalta]

assalta

o medo de perda

o nunca mais nós

isquemia fatal

May 13, 2009

.roque fanqueiro

de que falas tu?
no teu olhar enquanto fumo.

os sexos duros em frenéticos movimentos sob a lâmpada vermelha-cereja incandescente. as bichas roçam-se. dança a Maria e sento-me eu, na ausencia de saída para a dor de não ter os teus lábios junto dos meus em apanhados molhos de salobra melancolia. sento-me eu e dança a Maria. dança a Maria com a Cláudia.
dance me to the end of love, tudo o resto não me mexe. nem a quantidade de etilo presente nas veias. o baile final, ainda está para vir, e no meio de ofegantes melodias, medito no nosso gingar a dois, de mãos dadas sem querer invejar os livros da especialidade.

de que falas tu?
da prosa do teu amor.

haveria de haver modo de curar a tua dor quando aí não estou. de sentires o meu abraço na ausência de toque.
deposito aqui esperança apaixonada-juvenil de que não digas adeus, e um sing me to sleep eterno. que a prosa não se cale nem cesse o tema.
que o outono de abraços cumpra o seu papel triunfante.

de que falas tu?
de um roque fanqueiro apaixonado.

May 4, 2009

[podes ser tragicamente belo quando gostas]

podes ser tragicamente belo quando gostas
as palavras saem com a força de luz gritante
os sabores confundem-se com mel cigano

podes ser tragicamente belo
faz-me feliz o teu sorriso debaixo da lua

queria escrever o quão feliz estou
com rigor. como poeta. como poeta bom.
escrevo por escrever. escrevo porque sim. porque sim.
escrevo na impossibilidade de pular ou tocar contigo
o rasgo do céu.

faz-me feliz o teu sorriso debaixo da lua.
porque não há mais nada a fazer
que não escrever e guardar a memoria de ti,
de nós até à catarse seguinte
do nosso reencontro

May 3, 2009

.pedro+inês

.pedro+inês
/=/nikon.d80/=/nikkor_18.55
eu encontrei a minha.

April 30, 2009

.[nao me suporto neste momento]

nao me suporto neste momento.
o peso dos ossos moídos
em dentes reluzentes
poli-qualquer-tungsténio.

inventam-se tácticas de guerrilha
para tentar sobreviver
sem atrapalhação, ao cobarde ataque
à tua sinceridade.

posto isso, tira-se tudo.
confiança.
um edifício minado, sem escombros.
papel queimado.

faz-se merda e dói tanto.
que desilusão ao abater o inimigo errado.
não se esquece,
quando se mata um menino.

April 29, 2009

.para a ana

vivo numa canção ausente
na insubstâcia desértica do trópico
a norte a revolta do branco
contra espingardas erguidas
na imensidão das areias magrebinas

de noite enquanto curo do sangue
olho de ti e dos teus cabelos
da cor do céu nocturno
coração aberto.
aberto.

repetição de inconstância.
constância no gostar.
sinto-me leve no teu sorriso nervoso.
juvenil-pateta porque me dizes olá
fugidiamente.

de novo, aprendi quem sou
à espera de um homem que nunca fui.
nunca fui muito de esperas indizíveis.
de coisas de protocolo burguês.

a dor do carro contra o peito.
cada vez que ausculto a tua não-presença.
é bom. isto aqui,
que te ofereço.
que recuperaste.

April 26, 2009

April 21, 2009

April 12, 2009

uma sombra fugidia
segredos suspensos, prenhes de dor
a Oblação em choros mudos.

não existem só cortes fundos
em funéreas existências
laminares luzes. orvalhos enxutos.

não olhes assim para os temores que
te assombram e destroem
estarão presentes sempre sem ópio

engasgas-te na incerteza de que não
[há amanhã sem nós.
sono taciturno perturbado revelador
de inconstância.

sexo forte. luzidio. espelhado
na maresia fétida.
em Lisboa há espaço para amor
curto. sem nós.

April 8, 2009

out.ra - 17.04.2009

www.myspace.com/skaterseuropeantour
www.out-ra.blogspot.com

March 29, 2009

neve [es]cura iii

uma neve escura
em carvão banhada
no chão defronte ao terror
faz almas tristes.

veneno

sangue com toque de giestas
habitam heróis. bravos.
tombam como ribombos cansados de si.
neve infértil.

e na neve deitados
passam a vida em revista
[em surdina.
passam a vida em revista que agora foge
sempre fugiu.

irreversível perda
de consciência ocasional
ataraxia onde a lucidez toca.
neve infértil.
não cura.

March 26, 2009

texto menor

não é tempo de fazer pazes
ou gritar perplexo para o obtuso
[olhar das traves mestras da vida.

quiseste lembrar o recanto.
não estava lá.
não estive. deixei-te sozinha a enfrentar
[corajosamente a maré
e os voos picados para ninhos de cinza.

tirei encantos escondidos à luz da planície,
do teu regaço materno
fugidios os nossos filhos prenhes de vida
abundante.

veste o que te dou de mim,
conforta-te nesta pele rogada
viva,
morredoura ao toque teu.

March 23, 2009

ad te:
gostava de poder aliviar-te o fardo desse luto

March 22, 2009

poesia musicada [cardinal]004


waltz #2, elliot smith, XO
rel. date: 1998

/*/------

first the mic then a half cigarette
singing Cathy's clown
that's the man she's married to now
that's the girl that he takes around town
she appears composed, so she is, I suppose
who can really tell
she shows no emotion at all
stares into space like a dead china doll

I'm never gonna know you now
but I'm gonna love you anyhow

now she's done and they're calling someone
such a familiar name
I'm so glad that my memories remote
'cause I'm doing just fine hour to hour, note to note
here it is the revenge to the tune
you're no good
you're no good, you're no good, you're no good
can't you tell that it's well understood

I'm never gonna know you now
but I'm gonna love you anyhow

I'm here today and expected to stayon and on and on
I'm tired, I'm tired

looking out on the substitute scene
still going strong
XO, mom, it's ok, it's alright, nothing's wrong
tell Mr. Man with impossible plans to just leave me alone
in the place where I make no mistakes
in the place where I have what it takes

I'm never gonna know you now
but I'm gonna love you anyhow
I'm never gonna know you now
but I'm gonna love you anyhow
I'm never gonna know you now
but I'm gonna love you anyhow

------/*/

March 21, 2009

[no final de contas]

no final de contas
criadas as ilusões de óptica
não restam canções
olhares ausentes.

teimosia de recordação.
prosaico.
frios nunca me tocaram,
como o outono recorrente.

mordida a cinta de socorro,
galopante rastreio
ao cabelo liso-negro
teu.

a permanência no registo constante
asco e promessa rechaçada.
não é bom o prognostico.

a repetição das palavras
em lanças feitas,
não altera nada,
na ilha interior de vida
[coberta e ladeada.

tudo corre bem, quando o desejo é pouco

March 20, 2009

[um prazenteiro passar de tempo]

um prazenteiro passar de tempo
nós e o eterno.
romper preceitos em ti instalados.
foge com a preocupação de não ter ninguém.

pouco consolo.

uma entorse solta-se no peito amplo,
pleno
mas a dor queda-se por mais uns instantes.
muitos.

palmas abertas.
tens-me.

March 16, 2009

.neve [es]cura ii

as palavras são tão pouco
ouves o papel de arroz a queimar?
o tabaco. bom.
algo dentro dentro de si.

tive algo dentro de mim.
fome. lembras-te?
muita pergunta em pouca linha.

lamento.

quantas vezes houve que pensasse
[em ti
sem que me visse em queda.
madura.
segura com força. o ar.

da força nada importa
com as flores e os magalas em marcha.
parada limpa.
seca. estéril. pura.
tudo
[tu.

tu. ainda tu?
espero nós sempre
de neve envoltos
cura.

March 12, 2009

March 11, 2009

.neve [es]cura i

é coisa pouca
esta que sinto em ti.
levada pela ansia do que não chega,
[nem toca. toca. toca-me.
chega-te. chegas-me.

ele há fome nas ruas, e filas para pão.

há fome em mim, de pão e de mãos.
das tuas que não riem nem replicam a tentativa de
cura.

curas-me?

uma neve escura, manchada em mim.

March 9, 2009

OUT.RA sexta

www.out-ra.blogspot.com
www.myspace.com/totripsguitar
www.myspace.com/norbertolobo


February 3, 2009

poesia musicada [cardinal]003

4 Minute Warning, Radiohead, In Rainbows
rel.date: 2007

/*/------

This is just a nightmare
Soon I'm gonna wake up
Someones gonna bring me round

Running from the bombers
Hiding in the forest
Running through the fields

Laying flat on the ground
Just like everybody
Stepping over heads
Running from the underground

And this is your warning
4 minute warning

I don't wanna hear it
I don't wanna know
I just wanna run and hide
This is just a nightmare
But soon I'm gonna wake up
Someone's gonna bring me round

This is a warning
4 minute warning

------/*/

ad te
basta dizeres em voz alta
que passa para um plano real
get.well
*

February 2, 2009

//ou.tra_31.01.2009

.traumatico.desmame i
/=/nikon.d80/=/nikkor_18.55

.traumatico.desmame ii
/=/nikon.d80/=/nikkor_18.55

.tiago_sousa
/=/nikon.d80/=/nikkor_18.55

.esquisso_SDUB_OS FRANCESES
/=/nikon.d80/=/nikkor_18.55

January 29, 2009

[o ter o quê e assim]

o ter o quê e assim
se já pensei, não vou conseguir
não no entreacto
a consequência acarreta a culpa
[de já não seres capaz
de nada

nada

contente. eu só queria levar a vida
[contente.
fazer amor e ficar diferente
um pouco mais em mim e de mim contigo assim.

as certezas ocorrem quando o dado já não se joga.
o aí
as certezas falham-nos. falham-me.

um contente fastio em doses soberbas
invade e domina a luta diária
para fim da peça de final incerto e frouxo
as coisas obtusas inquilinas do devir.

esta coisa da existência dói.
uma frase de poema em força
com as mãos, que não sabem criar já
outra corrida para o advento
do baldio em sorrisos trocados.

isto que te entrego não sou eu.
era um esquisso de luz manchado
teimosamente vadio
perenemente assim
com o céu e as sirenes roucas
lembram que talvez a incerteza passe.

dou tanto e tanto recusas.
desejo tanto e tanto não chega.

January 24, 2009

.damon & naomi

naomi.s_magic_keys/+++/_live@zdb.lisbon.17|01|2009


naomi.s_feet_swing_/+++/_live@zdb.lisbon.17|01|2009

January 20, 2009

Aguardela, João [n_1969 - m_2009]

ele usou megafone e esteve na linha da frente da re.invenção da musica em portugues. também e pequeno o vi. agora em adulto o escutamos. o lemos, e dançamos. sitiado em lisboa, usava a naifa com destreza. ele sabia como tratar uma senhora. ate a morte que se fez dificil e o veio buscar. nem ela escapou a seu encanto.



January 19, 2009

[garganta seca e verborreia no caderno]

garganta seca e verborreia no caderno.
os lábios cortados e uma respiração difícil
[a marcar tempo.
as canções não precisam de ter refrão.
os sonhos são em mim. é em mim que dói.

dói-me aqui. dói-me aqui dentro. aqui onde sou.

construção. palavra de significado novo.
hoje votaste-me a ensina-la.

ainda me deves uma fotografia.
coisa, para mostrar ao mundo
[que também existo.
queres tela melhor?

como o peito, também estas mãos estão cheias
[de nada.
a solidão, o que é? sou eu.

January 13, 2009

.correio

hoje não houve correio
nem sons familiares ao descer a rua
parado num canto de mim mesmo
com a espera em cima da gélida harpa
a tocar com mãos de ninguém

soubesses tu a infinitude dela

estou estupidamente paralisado
estou estúpido. já nasci assim.

não sei o que escreva
é do tempo dizes-me tu
deixo-te algo para te entreter uns breves muito breves segundos
e agora que chego ao fim retoma a fuga

toca e foge

January 8, 2009

.on reste ici

e são as palavras que te atiram para o fundo de algo por vir
sem malha nem rede a cobrir-te. apenas palavras, versos ou efeitos riscados pelo paladar do caiado vento ao tocar em ti

a prosa de nada de serve quando não se sabe ler ou escutar as vozes incautas que afectam as cores do mundo e o sorriso dos cães com

cio

ontem ou antes vi-nos de mão dada a visitar uma estrela. quero ser contigo e contigo tudo ser sem intervalos.

quero o tudo contigo ate ao fim de tudo. depois de tudo ficamos nós.


dizia o manel* que somos nós o fim que existe em nós. dá-nos poder, sabes. pensar isso, senti-lo, sobretudo. perceber que marcamos a diferença mesmo que permaneçamos em silêncio. e por falar nisso (afinal, o silêncio é falável, dizível, entendível, intelegível), não digas nada. dizer por dizer, senta-te antes aqui e nota
a estrela a ganhar dimensão e fecha os olhos. ficas tu e o teu fim.
eu vou ficando também,



enquanto me deixares.







(*manel cruz)



Pedro Andrade e Maria Rocha, 2009

January 7, 2009

.hoje

querer ser. poder ser. hoje.
substanciação da existência. não gosto disto.

tentas tocar as teias que a seguram
exemplo a seguir na montanha de vidro.
ainda ontem era assim, já mudado
omem e barba feita. Semeada em sulcos cansados
[e usados pelo tempo.

mágoas. retrospectiva atenta e cuidada
ante a força que não nos move. trava.
oculta e devagarinho afrouxa
o querer juvenil. mudar o mundo.
[muda-te a ti.

cirandei um pouquinho e brinquei.
velhote, fuja. esconda-se. não tem muito
[tempo. nem nós.